O Canto da Jandaia.

Torcedores cearenses, imprensa, políticos, sociedade.

Nosso povo alencarino, de sangue forte e sempre batalhador, do Tupi, do Jê, da Europa, da África, nunca deixou de acreditar no seu lugar. À foz do rio Ceará, do Piauí ao Rio Grande do Norte, da Paraíba e Pernambuco ao Oceano, sempre esteve ali nosso lar. Nosso pedaço no mundo, nosso porto seguro.

Aqui foi onde o europeu conheceu o Brasil, Pinzón fincou bandeira, provavelmente no Mucuripe. Desde então, nosso povo enfrentou franceses, holandeses, portugueses, imperadores, capitães, coronéis. Nosso povo nunca fugiu e deixou de proteger o que é seu. Nunca tivemos medo de batalha alguma.

Fomos confederados, separatistas, republicanos, libertamos escravos. Ao redor da benção do Forte de Nossa Senhora, que nem sempre foi dela, nasceu nossa capital.

Aqui nasceram José de Alencar, Rachel de Queiroz, Patativa do Assaré, que encantaram o mundo com sua escrita.

Alberto Nepomuceno, Eleazar de Carvalho, Belchior, Humberto Teixeira, e Jaques Klein da beleza musical.

Padre Cícero, Padre Ibiapina e Bezerra de Menezes cheios de espiritualidade.

Tristão Gonçalves, Dragão do Mar e Antônio Conselheiro, lutadores da terra.

Pinto Martins e Casimiro Montenegro Filho que conquistaram até o céu.

Clóvis Beviláqua construindo a justiça dos homens.

Chico, Tom, Renato, fazendo-nos rir.

E tantos outros filhos da terra, de tantas outras ou mesmas habilidades.

Ainda assim, às vezes nos colocamos em posição inferior, questionando nossa importância no Brasil, enaltecendo outras terras e esquecendo-se do chão que pisamos.

Não se trata de excluir tudo e apenas idolatrar o que é seu. Todo o respeito e admiração por outros que nos valorizam, mas o amor pelo que é nosso é base da estima própria e autocrítica, portanto, não deve estar abaixo de nada.

Todos nós, parte dessa gente, dependemos de suas bênçãos e frutos.

Para os torcedores, torcer por um time da terra, mesmo que seja difícil às vezes, é poder vibrar, sofrer, cantar, rir e chorar pelo que é seu, onde você participou de cada passo. Orgulho igual a essa não existe.

Para a imprensa, tratar com imparcialidade, respeito, com o foco nos times e problemas da terra, fomentando sua evolução, é fazer com que seu pão de cada dia, muito mais saboroso assim, possa ser garantido.

Para os políticos, que tem lutado por eleitores quase como empresas por consumidores, que são empregados desse povo, lutar pelos interesses do Estado do Ceará e dos times desta terra é OBRIGAÇÃO.

Para todos, ver nosso povo crescer, é a oportunidade que nós damos para continuarmos a ser esse povo guerreiro, inteligente, alegre. É a oportunidade de nascerem mais filhos que honram a terra.

É a chance de encontrar a felicidade: ser feliz com o que se tem. É o Canto da Jandaia ecoando no mundo e no pedaço mais importante dele: nossos corações.
Categoria(s): , 1 comentários

1 comentários:

Anônimo disse...

Trata-se da questão da valorização do que é nosso como diz o texto a cima, penso que todos os torcedores deveriam pensar se é correto torcer por um time de outro estado desvalorizando assim o que temos em nossa amada terra, visto que em contrapartida os residentes de outros estados criticam e humilham cearenses, principalmente no tocante a futebol, como pode-se ver em blogs de torcedores outros.

Fica assim uma reflexão.

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